segunda-feira, 30 de maio de 2016

Entrevista Rádio Brasil Central - Bloco II Compensando a ausência com o brinquedo. Funciona?


ENTREVISTA Rádio Brasil Central - I Bloco - Brincar é um momento de aprender.






TAREFA DE CASA: QUAL O SEU VERDADEIRO OBJETIVO?




TAREFA DE CASA: QUAL O SEU VERDADEIRO OBJETIVO?

Fabíola Sperandio Teixeira do Couto
Pedagoga- Psicopedagoga
Terapeuta de Família e Casais

Escolhi este tema porque percebo pais muito preocupados em como lidar com a tarefa de casa.  Afinal, para que servem as tarefas de casa? Primeiramente, ela é uma oportunidade de permitir o elo entre a família e a escola. A tarefa de casa apenas ilustra o conteúdo que está sendo trabalhado. Digo ilustra porque a tarefa não consegue mostrar toda a riqueza do desenvolvimento do conteúdo realizado pelo professor, mas permite uma avaliação e a acomodação do aprendizado. Através dela, o aluno perceberá se conseguiu apreender e poderá suscitar as dúvidas para a próxima aula.
O papel da escola é enviar tarefas que permitam a continuidade do ensino e o papel da família é oferecer condições apropriadas para as crianças desenvolverem-nas (local adequado, tempo suficiente, organização dos objetos necessários e verificação se foi realizada). O lema para escola tem que ser “tarefa dada, tarefa corrigida”, porque a tarefa dá a oportunidade de um segundo momento de aprendizagem. Dessa forma, a quantidade de tarefas tem que ser suficiente para o reforço do conteúdo e para o tempo destinado em sala para correção. Qual o sentido de longas tarefas que serão apenas vistadas e nunca corrigidas? 
Acontece que a mesma tarefa que permite ampliação de conteúdo também pode gerar um desgaste familiar. Algumas famílias se estressam tanto com o dever de casa que acabam por afastar os seus filhos do verdadeiro sentido da atividade. Fica tão desgastante que a criança começa a sofrer com esse momento mesmo antes de ele acontecer. Outro aspecto que acaba por gerar conflito entre os responsáveis por esse momento da tarefa e a criança é a dificuldade por parte de alguns pais no domínio do conteúdo explorado. Diante desse quadro polêmico sobre as tarefas de casa, destaco as seguintes dicas:
• Encare a tarefa de casa como uma obrigação do seu filho e não sua. Você, pai, deverá agir apenas como um tutor e não como um professor. Apenas verifique se foi realizada, se houve dedicação, capricho e envolvimento de seu filho com o conteúdo.
• Verifique se a escola está enviando a tarefa de acordo com o planejamento da aula. A tarefa precisa chegar a sua casa com o conteúdo previamente explorado em sala de aula. Explorado o conteúdo significa matéria dada. Jamais tarefa explicada ou feita verbalmente. Percebo profissionais que “mastigam” a tarefa antes de enviá-la para casa, camuflando a verdadeira possibilidade de avaliação da qualidade do entendimento individual do aluno.
• Se seu filho possui dúvida no conteúdo, reenvie a tarefa para escola. O papel de ensinar é da escola. O seu papel de pai é dar suporte à escola: oferecer recursos de pesquisa, ensinar a retomar o conteúdo no livro ou caderno, mas jamais dar uma miniaula ou responder pela criança. Pais que assumem o papel de “ensinante” em casa estão tirando a oportunidade da atenção em sala de aula. Explico! Já ouvi inúmeras crianças que contam que não precisam prestar atenção em sala porque a mamãe e/ou o papai depois ensinarão o conteúdo dado. Ou seja, posso conversar e brincar à vontade que depois tenho “aula” particular com meus genitores.
• Existem tarefas de casa que são elaboradas para iniciação do próximo conteúdo. Essas tarefas geralmente envolverão leitura de um capítulo, pesquisa sobre determinado tema ou entrevista. Elas são motivadoras para a aula. Nesse caso, os pais deverão apenas favorecer o acesso ao tema.
 
A tarefa de casa é um recurso essencial para promover autonomia, desenvolvimento do pensamento crítico, reforço da importância da responsabilidade, ampliação de vocabulário e entendimento dos conteúdos propostos, criação do hábito de estudo e provoca independência e participação cooperativa em sala de aula.

Uma dica muito importante: toda discordância ou insatisfação com a tarefa enviada pela escola de seu filho deverá ser resolvida na escola. Jamais faça críticas à tarefa ou aos profissionais na frente ou para seu filho. A criança precisa confiar na instituição. Autorizar a professora a ensiná-lo é essencial para o seu desenvolvimento acadêmico. Todas as vezes que os pais criticam a instituição ou fazem pontuações negativas à professora, acabam minando essa relação. Famílias maduras poupam seus filhos dos desagrados com a escola e buscam a instituição para esclarecimentos, críticas e sugestões. Lembre-se de que a escola é parceira da família. Juntos irão construir a formação acadêmica e humana da pessoa mais importante de sua vida: seu filho!
Fique atento aos professores que fazem exercícios de fixação antes da prova. Esses exercícios fogem do objetivo da tarefa de casa. Tarefa de casa é de todo dia e promoverá a compreensão do conteúdo. Exercícios de fixação soam como prova antecipada, preparando o aluno para uma fixação do conteúdo e não compreensão/aprendizado. Exercícios de fixação em semana de prova provocam pensar em promover nota, como se a nota fosse o principal em uma avaliação. Um educador consciente sabe que nota é consequência de um aprendizado efetivo. Avaliação é uma possibilidade de avaliar o aluno e se autoavaliar. Afinal, o resultado da turma dará indícios de como foi o alcance daquilo que foi ensinado. Professores que fazem a tão chamada revisão, acabam promovendo acomodação no educando: "Para quê estudar? Depois, presto atenção na revisão ou faço o exercício de fixação, que a prova estará lá." Triste, não?

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Momento Ludovica - Bate papo sobre educação.

















FURTOS E MENTIRAS: COMO PERCEBER QUE MEU FILHO TEM TRANSTORNO DE CONDUTA?




FURTOS E MENTIRAS: COMO PERCEBER QUE MEU FILHO TEM TRANSTORNO DE CONDUTA?


Fabíola Sperandio Teixeira do Couto
Pedagoga- Psicopedagoga
Terapeuta de Família e Casais

Durante a infância e a adolescência, nossos filhos experimentam uma série de comportamentos e cabe à família ir pontuando o que é certo e errado. São exatamente essas situações que permitem o educar. 
Acontece que, por mais que estejamos atentos e oferecemos bons exemplos, algumas crianças e adolescentes apresentam um transtorno comportamental que assustam alguns pais. Já recebi muitas famílias indignadas e até incrédulas por enfrentar tais problemas. Encarar a situação é sim a melhor forma para orientar Encarar a situação é sim a melhor forma para orientar, trabalhar e proporcionar a retomada da “rota”. Algumas famílias se assustam tanto com isso que, muitas vezes, demoram a encarar a situação. Elas acabam arrumando uma série de desculpas para explicar a conduta errônea de sua cria, intensificando a situação. Pais que não querem enxergar que o filho está agindo contrariamente a suas orientações impedem a parceria com os profissionais que querem ajudar a família.
E como identificar se meu filho tem tido um comportamento diferente dos princípios familiares? Primeiramente, observando o que ele traz de informações dos ambientes que frequenta e o que ele carrega consigo de materiais/objetos. Exemplo: seu filho tem aparecido com objetos que não pertencem à família? Constantemente ele “acha”, “ganha” ou “troca” objetos? Nesse caso, cheque as informações. Indague sobre a origem e vá atrás da informação. Procure saber também o porquê da necessidade de fazer trocas. Excesso de coisas materiais também deve ser investigado. O que leva o seu filho a querer acumular coisas: apontadores, lápis etc.? Toda situação de acúmulo pode estar escondendo algum vazio interno. De que ajuda ele está precisando? 
Outra situação comum de uma conduta preocupante é o envolvimento constante em pequenas confusões, principalmente se ele sempre se vitimizar: “O outro me provocou”; “Ninguém gosta de mim”; “Juntaram para me bater”. Vá até o ambiente das ocorrências (escola, família, clube, condomínio, igreja) e procure entender o que está acontecendo. Ninguém briga sozinho. Qual a coparticipação do seu filho? Existe mesmo uma injustiça? Como pode orientá-lo para não se envolver ou se defender? 
Observe bem de perto também quando seu filho chega com histórias nas quais acha engraçado algo que não deveria ocorrer: insultos entre colegas; machucados em um esporte; situações que deveriam gerar solidariedade e sentimentos de ajuda alheia. Hoje presenciamos crianças e adolescentes com sentimentos cruéis diante de fatos que poderiam ser mediados para o entendimento ou acolhida.
Reivindicação de direitos sem querer cumprir deveres é outro fator de alerta. Uma criança desde pequena precisa compreender que precisa dar e receber Uma criança desde pequena precisa compreender que precisa dar e receber. Hoje, eles só desejam ser satisfeitos: “Não vou fazer a tarefa, mas quero jogar vídeo game”. Estar atentos às regras e fieis às mesmas é essencial para ir alertando aos nossos pequenos que a vida é feita de uma via de mão dupla.
Baixa tolerância a frustração e incapacidade de enfrentar a realidade diária são uma SIRENE que deve soar alto em nossos ouvidos. A vida não é só doces e brincadeiras. Precisam entender que são crianças, precisam brincar e divertir-se, mas também estudar e colaborar com a família em tudo. Irritabilidade, explosões, birras, gritos, desaforos e até pequenas vinganças não podem ser tolerados. Nesse momento, abaixe até a altura da criança e deixe claro que isso não os convence e não lhes fará mudar de ideia (regras). 
Um comportamento conturbado gera sérios problemas familiares, sociais e acadêmicos, além de favorecer um círculo vicioso e difícil de a criança ou o adolescente combater. Uma criança que percebe que as pequenas mentiras estão funcionando, obtém ganhos e não deseja abandonar tal aprendizado até que enfrentará algo muito grave e ficará perdida na forma de lidar com isso, afinal, sempre funcionou. Uma criança que mexe nos objetos dos colegas e subtrai pequenas coisas vai tomando gosto pela fácil aquisição e depois tem dificuldade de deixar esse hábito. Esse crescente no comportamento pode gerar, mais tarde, algo que deverá sair do campo comportamental e passar para o tratamento patológico. Deparamos com casos terríveis de adultos com transtorno antissocial da personalidade exatamente porque foram desconsiderados os sinais na infância e juventude. 
Se nos colocarmos como educadores dos nossos filhos em vez de advogados e defensores em qualquer situação, poderemos ajudá-los a crescer aprendendo a conviver com tudo o que aparece, incluindo as pequenas tentações de aquisições indevidas, relações conflituosas e vontades impostas.
Crescer não é só físico. Crescer academicamente é fácil: basta colocá-los para estudar e investir em uma boa instituição.Precisamos ajudar nossos filhos a crescer como pessoas íntegras e aptas ao convívio social Precisamos ajudar nossos filhos a crescer como pessoas íntegras e aptas ao convívio social. E somente estando próximos, orientando, cobrando e acreditando que é possível corrigi-los que chegaremos ao sucesso como pais. 
Reforçando: crianças testam seus limites. Se ela percebe que pode levar objetos estranhos para casa que não será checado, que pode mentir que será revalidada, não deixará esse hábito e crescerá carregando esse aprendizado por toda sua vida. Faça-a enfrentar as consequências de seus atos. Levou algo estranho? Faça-a devolver. Trocou um objeto? Converse sobre a troca junto com a outra criança que participou dela. Chegou queixoso sobre algum relacionamento conturbado? Volte com ela até o local e juntos procurem entender o que aconteceu. “Juntos” significa diálogo esclarecedor, reconciliador e educativo. Mostrem-se ao lado dela para conhecer e entender. Em seguida, oriente e aplique, se for o caso, a consequência para alertá-la do que não é aprovado pela família. Esse movimento será muito rico para formação humana dela. Invista! Os frutos virão tão fortes que alimentarão toda a família. 

FURTOS E MENTIRAS: COMO PERCEBER QUE MEU FILHO TEM TRANSTORNO DE CONDUTA?



FURTOS E MENTIRAS: COMO PERCEBER QUE MEU FILHO TEM TRANSTORNO DE CONDUTA?








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quarta-feira, 4 de maio de 2016

NÃO É NÃO. SEU FILHO SABE OUVIR NÃO?

NÃO É NÃO. SEU FILHO SABE OUVIR NÃO?


   É muito comum encontrar famílias com relatos de dificuldades de falar não para os filhos. Os filhos, percebendo a insegurança dos pais ao pronunciarem o não, encontram a brecha necessária para dificultar a negativa dos seus desejos e caprichos. Um não precisa ser mantido. Um não que se transforma em talvez e depois um sim, gera uma sensação de sempre poder dar um jeitinho e conseguir o que quer. Pensar antes de dizer um não é essencial. A criança precisa perceber que os pais são coerentes. Regras claras são essenciais para que seu filho vá aprendendo o que pode e o que não pode. Os filhos aprenderão quais são os valores e as normas da família, por exemplo: “Nem vou pedir para dormir na sua casa, amiga, porque meus pais não permitem que eu durma fora”.
    As decisões precisam ser estabelecidas pelos pais das crianças. Independentemente se os pais estão juntos ou não, estabelecer combinados sobre o que acreditam ser o melhor para criação dos filhos é muito importante. A criança precisa saber que não adiantará recorrer a um dos responsáveis. Isso evitará joguinhos e desentendimentos entre a família.
      O não é educativo e sinal de amor. Dizer não é muito difícil, mas é necessário para a formação dos nossos filhos. Uma criança que escuta não irá aprender o que é certo e errado; saberá lidar com frustrações; entenderá a hierarquia através da obediência e o principal, saberá aplicar o não na hora certa. Esse aprendizado tem que ocorrer no seio familiar.
   
     Criança que não escuta não, não saberá dizer não. Já pensou nisso?

    E qual a hora certa de uma criança aplicar o não aprendido? Quando um amigo a convidar para uma aventura perigosa; ao perceber que está havendo uma injustiça; dirá não ao preconceito e à injustiça; conseguirá frear seus impulsos pelo desconhecido; se defenderá de pessoas mal intencionadas.
      Por outro lado, às vezes geramos uma errônea enxurrada de nãos. Tenho visto algumas famílias oferecerem tantas opções aos filhos como se eles tivessem maturidade para escolher. As crianças ficam muito indecisas. Um dia assisti a uma cena muito interessante. Uma mãe de um menino de 3 anos entrou em uma loja de roupas infantis e disse: “Filho, pode escolher a roupa que você quiser”. A loja tinha muitas araras de roupas expostas. A criança, sentindo-se poderosa, saiu olhando a loja toda. De repente voltou com uma bermuda roxa e uma camiseta azul. A mãe olhou e disse: “Não, filho! Muito feia essa combinação”. A criança largou as peças e saiu pela loja. Voltou com uma bermuda listrada e uma blusa estampada. A mãe fechou o semblante e disse: ”Filho! Não combina isso! ” A criança jogou no chão e saiu em busca de nova roupa. Voltou com outro conjunto e a mãe o reprovou. A criança então ficou muito irritada e mal-humorada. A mãe perdeu a paciência, escolheu algo e saiu arrastando a criança. O que esta cena nos mostra? O comando não foi escolher o que quiser? Foi dada uma falsa liberdade, concorda? Por que a criança não soube escolher? Exatamente porque ela não tem maturidade para fazer escolhas “combinativas” de roupa. Ela escolhe pela cor, pela atração, pela brincadeira do tecido. E nesta hora, o não foi aplicado desnecessariamente, uma vez que a tomada de decisão oferecida deveria ensinar autonomia e gerar maturidade.
     Cada fase tem um tipo de não. Uma criança de até 5 anos precisa receber “nãos” com atitudes perceptíveis imediatamente, consequências. Uma criança de 6 a 9 anos já procura negociar o não e muitas vezes emburra e chantageia se não é atendido. Um adolescente, a partir dos 10
anos, precisa ter o não de uma maneira muito transparente, orientada e justa. Agora, pais, por mais que seus filhos tenham habilidade e competência ao argumentar, o argumento valioso e determinante é dos genitores ou responsáveis por eles. Vocês, que já ouviram ou ouvirão que o pai de todo mundo deixou, lembrem-se: vocês não são pais de todos, porém não se influenciem por esta frase “mágica”. Outra frase que fragiliza muitos pais: “Só vocês são chatos assim!” Recebam como elogio. Pais chatos conseguem mais êxito na vida dos filhos.
     Culpa? Eita palavrinha danada para nos tirar o bom senso e a razão. Não sintam culpa por educar seus filhos. Eduque-os hoje para que não sofram amanhã.
      Algumas dicas importantes para reforçar:
* Ao dizer não, diga pela boca e pelos olhos. Eles farão a leitura corporal e se perceberem que vocês estão inseguros ou com dó, se aproveitarão disso.
* Não é dito através da palavra e do comportamento. Nada de dizer não e depois “disfarçar” este não, fazendo o que eles querem de outra forma. Eles captam, viu?
* Existirão momentos que você explicará o motivo do não e haverá momentos que o não poderá ser seco, sem explicação. Os pais são vocês!
* Precisará existir consequência para os filhos caso não obedeçam a seu não. Deixe claro isso e aplique o que prometeu.
* Por último, reforçando, um não nunca é talvez e nem um sim. Por isso, pense antes determinar o não, ok?
Que possamos entender que, por mais que seja difícil dizer um não para quem amamos, é necessário. E, amando-os, precisamos ajudá-los a lidar com os sentimentos que o não oferece para que cresçam saudáveis e maduros.
      Seja forte! Diga não quando necessário.