A festa está bombando!
Fabíola Sperandio Teixeira do Couto
Pedagoga- Psicopedagoga
Terapeuta de Família e Casais
Um
sábado que promete! Acho que era isso que passava na cabeça daquele jovem alto,
esguio, cabeleira grande (era notório o prazer que sentia em passar os dedos,
ajeitando-a ), roupa moderna e elegante. Chegou ao meio de um evento que não combinava
com os seus 19 anos, mas mostrou-se gentil com todos.Tudo ocorria dentro do
esperado da anfitriã, mas distante das expectativas daquele rapaz.
A
festa seguia o seu protocolo quando pude observar que o jovem começou a se
concentrar no seu aparelho de celular. De repente ele disparou "flash de
selfies" e se divertia ao postar. Percebi claramente que se tratava de uma
festa paralela. Muito intrigada com essa cena e apaixonada por observar comportamentos,
aproximei-me e logo pude ver que as fotos eram feitas de tal forma que passavam
a ideia de que ele estava se divertindo muito naquela noite.
Fiquei
pensativa sobre isso. Enquanto grande parte dos convidados interagia, dançava e
gargalhava, lá estava ele isolado em um mundo virtual expondo um mundo
criado.Os outros se divertiam tanto que não tinham tempo para fotografar. Ele
estava tão isolado que não conseguia se divertir.
A
necessidade de divulgar que temos dias e noites legais e bem sucedidas tem sido
tão grande que acaba nos impedindo de fazer com que nossos dias e noites sejam
verdadeiramente bem sucedidos ao lado dos amigos, conhecidos e desconhecidos. A
oportunidade de crescimento que as relações proporcionam tem ficado de lado
depois que a "obrigação de notificar" todos os passos apareceu neste
século XXI. Façamos uma pausa para pensar nisso. Será que não estamos escravos
da tecnologia? Buscamos tanto a liberdade e depois a entregamos para o mundo
virtual.